Katy Perry diz que é caro levar 'todo o palco' para América do Sul; entenda por que isso acontece

  • 12/09/2025
(Foto: Reprodução)
Entenda por que artistas gringos trazem shows mais simples ao Brasil Em um show em Buenos Aires na última terça (9), Katy Perry disse que foi aconselhada a não vir para a América do Sul porque seria "muito caro". A cantora está fazendo uma série de apresentações no Chile, Argentina e vem ao Brasil, mas trouxe uma estrutura mais enxuta da "Lifetimes Tour" para o continente. "'Katy, você sabe... artistas pop não vão para a América do Sul. É muito caro. Você não pode trazer todo o seu palco, você vai perder dinheiro'. E eu disse: 'De que isso importa? Meus maiores fãs estão na América do Sul'", afirmou. A artista foi criticada por alguns fãs por trazer um show mais simples para o continente, já que a estrutura original era elaborada, com voos pela arena e vários telões. Mas o caso de Katy não é isolado: questões de logística, infraestrutura e até legislação podem influenciar essa decisão. Entenda por que artistas gringos trazem shows mais simples para o Brasil: Por que turnê de Katy Perry tem sido 'azarada' e o que esperar do show no The Town Como isso é definido? O g1 ouviu profissionais do mercado de shows, que explicaram como funciona a negociação da estrutura de shows. Segundo eles: Quem define a estrutura trazida, geralmente, é o artista, e isso sai do bolso dele; Os aparatos que vêm para cá e quais serão fornecidos são previstos em contrato; Variáveis como o retorno financeiro, o transporte, viabilidade técnica, proposta artística - tudo isso influencia a decisão; Um problema no Brasil e na América do Sul? A distância... e as estradas; Há alternativas para garantir a viabilidade do show com opções mais enxutas; Mas geralmente, se não for possível trazer uma parte importante da estrutura, a tendência é que os artistas (e as promotoras) decidam não trazer o show. É caro trazer um show para cá? Katy Perry se apresenta no Rock in Rio 2024 Stephanie Rodrigues/g1 Os profissionais entrevistados pelo g1 afirmaram que, na maior parte das vezes, cabe ao artista decidir a estrutura que será trazida ao Brasil. Um entrevistado de uma produtora internacional corrobora com a fala de Katy e argumenta que a logística deixa tudo mais caro. "Estamos longe de todo mundo. É um custo alto chegar ao continente. E depois, quando chegam aqui, as estradas são raras ou ruins", explica. Por isso, trazer aparatos dos shows à América do Sul - e transportá-los entre diferentes lugares - é uma operação complexa e cara. Além dos gastos, há uma questão de tempo. “Dependendo dos itens que artistas do pop querem trazer, precisa ser de navio, algo demorado, algo caro, que não vale a pena”, diz outro entrevistado. Isso dificulta a agenda da turnê, e pode até impossibilitar o show. Essa decisão também depende do investimento (ou prejuízo) que o artista está disposto a ter. “Ele define o que ele quer trazer, o que ele quer produzir localmente. De certa maneira, sai do custo dele. Sai do artista, e entra no resultado do show." Não é um cálculo tão simples: do valor do show, é preciso tirar impostos, salário de agentes e outras despesas. A infraestrutura de todo o show também é "paga" pelo artista. Pode ser que não compense para o artista e que ele fique no prejuízo ao trazer tudo - e aí, pode até deixar de vir ao Brasil, já que isso afeta quase inteiramente o show planejado. Por outro lado, ele pode optar por trazer a estrutura em uma versão mais enxuta, só para não deixar de vir. É o caso de Katy. Estrutura da 'Lifetimes Tour' na América do Norte (esquerda) e na América do Sul (direita) Reprodução/X E em festivais? Se para shows solo já é difícil, trazer a estrutura completa para festivais é praticamente impossível. Muitas vezes, é justamente a economia na produção que compensa a vinda, já que o evento fornece sua própria estrutura "básica". "Quando o festival faz uma oferta para um determinado artista, já envia o rider, ou seja, aquilo que o festival oferece. Se o artista quiser algo além do que ele oferece, inicia-se um diálogo para ver o que dá para atender e quem será responsável por isso. No fim, todos tem que se adaptar um pouco", conta Marcelo Beraldo, diretor artístico do Lollapalooza. Toda a estrutura oferecida é negociada dependendo do tamanho do artista. "Se ele diz que precisa de um pouco mais disso ou daquilo, a gente vai tentando atender dentro do possível. E eu digo dentro do possível porque tem coisas que nem têm na América do Sul. Nesse caso, o artista pode arranjar ou abrir mão, e o festival também pode ir atrás, tudo depende dessa negociação". Segundo Beraldo, geralmente, a regra é que a estrutura do headliner não pode ser utilizada por outros artistas do mesmo palco. "As estruturas extras, em geral, são desenhadas e montadas especificamente para determinado show", explica. Katy Perry se apresenta no Rock in Rio 2024 Stephanie Rodrigues/g1 O Brasil compensa Especialistas argumentam que, apesar de todas as questões de logística, às vezes artistas decidem investir no Brasil mesmo podendo sair no prejuízo. Afinal, o show também é uma ferramenta de marketing - especialmente eficaz no caso do nosso país. Nos últimos anos, o país passou a ser reconhecido como uma máquina de engajamento e favoreceu o investimento em grandes shows no Brasil. Mesmo caso não renda lucro, um show bem feito por aqui rende boa publicidade nas redes e fortalece a relação dos artistas com seus fãs. Como a própria Katy disse, ela tem uma base leal de fãs na América do Sul, que a apoiou mesmo durante momentos complicados na carreira. Por isso, valorizar esse público é um movimento essencial para ela. "Nosso negócio é hoje em dia completamente internacional. A América do Sul já entrou dentro do que é a estrada de turnês. E a América do Sul em geral, e obviamente Brasil por seu tamanho, proporcionalmente gera muito mais streams em Spotify que outros mercados. Então, é fundamental para qualquer artista vir para cá", conta um produtor de shows.

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/the-town/2025/noticia/2025/09/12/katy-perry-diz-que-e-caro-levar-todo-o-palco-para-america-do-sul-entenda-por-que-isso-acontece.ghtml


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